No início de toda caminhada de recuperação, existem três atitudes que devemos tomar em relação ao problema, para que sejamos no mínimo bem intencionados. São elas:
1) Deixar de ser Deus;
2) Assumir a impotência;
3) Deixar o falso controle;
Partindo do pré-suposto de que a figura de Deus implica em um poder superior a nós em sua onisciência, onipresença e onipotência ser Deus não deve ser tarefa fácil. Aliás, para que possamos assumir o lugar de Deus precisamos enxergar como Deus; pensar como Deus e ter os atributos de Deus inclusive sua natureza e isso provavelmente é impossível ao homem.
Ter a idéia de que existe algo em nós que não controlamos nos deixa fragilizados e frustrados. O interessante é que nós não percebemos que não somos capazes de mudar e continuamos a tentar entrando num ciclo doentio de tentativas frustrantes e cansativas. Gastamos muito mais energia permanecendo na doença do que tentando deixá-la.
Tentar deixar o mau hábito/vício/doença implica em admitir que não somos Deus, que sou impotente e que esse problema está fora de controle,ou seja, deixar a negação. Negação é um mecanismo de defesa psíquico e inconsciente que atua sempre que uma situação ameaça o nosso EGO. Brincar de ser Deus é ter a falsa sensação de que temos o controle e que nada é capaz de ameaçar o nosso EGO.
A negação não é apenas rejeitarmos a idéia de sermos pessoas problemáticas e impotentes devido à dor de termos de enfrentar uma dura realidade que nos proporciona um grande sofrimento psíquico, mas principalmente uma tendência de cultivarmos em nós de maneira consciente e inconsciente o desejo de ser igual a Deus.
Veja como fica o P1P1 de quem nega e não admiti:
— Princípio 1: Reconheço que sou Deus. Admito que sou potente para controlar minha tendência de fazer as coisas erradas e que a minha vida está sob controle.
“Felizes os que sabem que são espiritualmente ricos.”
— Passo 1: Admitimos sermos potentes diante de nossos vícios e comportamentos compulsivos e que nossas vidas se tornaram governáveis.
“Pois eu bem sei que aquilo que é bom vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu consigo fazê-lo.”
(Eumanos 7:18)
Ser Deus não é fácil! Quer tentar?