sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sobre o Processo de Mudança

O processo de mudança, crescimento ou amadurecimento é um tempo difícil, mas sempre muito importante. Trata-se de um processo, o que significa que são passos após passos, etapas sendo vencidas e superadas. É um processo longo, ora com dor tolerável, ora com dor indizível. Dor de cabeça, dor de barriga, dor de consciência, dor no coração, não importa, são dores que valem muito para quem as sente. Elas podem ser bastante tentadoras para nos fazer desistir da caminhada da mudança; desistir é uma solução permanente para um problema temporário.
À presença da dor, some-se ainda a falta de compreensão e empatia que comumente se apodera dos que estão próximos da pessoa que sofre; isso acrescenta um pouco mais de peso à sua dor psíquica, porque da descomunicação decorrem cobranças, julgamentos, aqueles olhares que dizem tudo, aqueles comentários que não dizem nada, mas que infelizmente são ouvidos, e para piorar, uma condenação à solidão da sua questão. Nos momentos mais difíceis é que se precisa de pessoas com ombros amigos e ouvidos atentos. É mais fácil não encontrar ninguém disponível ou línguas duras, dedos erguidos, olhos opacos, ouvidos distantes.
É um cenário desolador, dissolvedor de esperanças. Graças a Deus não estamos sós nessa jornada; não estamos por nossa conta, em nossa própria força, pois nosso Poder Superior, chamado Jesus Cristo, está com sua graça e misericórdia nos acolhendo e fortalecendo. Isso acontece por meio das generosas pessoas que estendem as mãos para os que sofrem. A perfeição de Jesus habita em nós com Ele. Não há limites para isso, a não ser que desistamos Dele; facilmente desistimos do outro e de nós mesmo, mas Ele nunca desiste. Mesmo ainda pecadores Ele morreu por nós.
No discurso estamos ligados a Jesus, mas as ações não correspondem, assim desistimos Dele para ficarmos apenas com nossa sensação de poder e controle, que são falsos, e ai o processo de maturação e santificação emperra. A estagnação (acomodação) acontece porque nos bastamos a nós mesmo; não há entrega a Deus de tudo que compõe a vida, cada coisa: pequena ou grande, bonita ou feia, especial ou ordinária. Imaginamos que estamos fazendo alguma coisa na força do falso poder, acreditamos que estamos bem, que estamos realizando algo, e até realizando em nome de Deus, mas é ilusão e nada tem valor real, porque é carnal (deixar a sabedoria e dependência de Deus de lado e ficar com sua própria força e sabedoria humana).
O processo de crescimento – o caminho da recuperação, o permanecer e a serenidade – não nos pertence, exatamente porque não produzimos nada disso em nossas vidas. Mas Ele faz maravilhas na vida de que realmente confia Nele e se entrega; sua graça e misericórdia são surpreendentes e infindáveis.
Por Ettore Riter

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